Repercutiu nas redes sociais a abordagem indecorosa de uma equipe da TV Globo, capitaneada pelo repórter Chico Regueira, ao prefeito de São José de Ribamar, Dr. Julinho (Podemos). Durante solenidade de autorização para reforma do Estádio Municipal Dario Santos, o gestor foi encurralado pelo jornalista, que estava acompanhado de opositores da administração municipal.
Entre os que compunham a “equipe paralela” de reportagem, estava o blogueiro Matias Marinho Sirqueira. Conhecido na cidade balneária por ser assessor do ex-prefeito Luís Fernando, adversário político do atual prefeito, e por frequentemente dar um ‘xeque-mate’ em qualquer manual de bom jornalismo.
A matéria que a equipe da emissora carioca veio produzir versa sobre a aplicação do dinheiro público na área da educação e deve ser exibida pelo Fantástico nas próximas semanas.
Segundo apurado por Verdade 98, a equipe do programa chegou à cidade balneária escoltada por adversários do prefeito Júlio Matos — entre eles, o supracitado blogueiro — colocando em dúvida a imparcialidade do material produzido.
O repórter questionou o prefeito sobre o tema, mas em nenhum momento o deixou esclarecer à sociedade — principal interessada no assunto — a diferença entre educação em tempo integral e educação integral, revoltando a comunidade que acompanhava o evento.
Regueira não gostou das explicações do prefeito, e demonstrou sua insatisfação com as respostas do gestor. A postura do repórter global reforçou que a reportagem que será exibida visa atender aos rivais do mandatário ribamarense.
Ao produzir uma reportagem com sinais evidentes de tendenciosidade, o jornalista viola regra da TV Globo, que possui um manual rígido de condutas para seus funcionários do jornalismo. A fim de manter a imparcialidade, a emissora proíbe seus colaboradores de tomar partido em questões controversas e polêmicas que estão sendo cobertas jornalisticamente pela empresa, e não devem nunca se pôr como parte do debate político e ideológico.
“Essas regras são válidas para todos os jornalistas da Globo e devem ser rigorosamente observadas. As chefias diretas ficam com a incumbência de implementá-las, torná-las uma realidade e, em caso de faltas por parte de jornalistas, dividir os episódios com a direção de redação do veículo, que decidirá então se é o caso de levá-los à apreciação do Conselho Editorial do Grupo Globo”, diz parte do manual de conduta da Globo.
Abordagem lembra humorístico “CQC”
Um local com movimento de gente. Mesmo sem o terno preto, o repórter empunha o microfone na direção do prefeito e pergunta: “Por que o Tribunal de Contas diz que só tem uma escola e 333 alunos?”
A cena lembra muito a forma de abordagem dos repórteres do extinto “CQC”, da Band. Mas foi feita pelo repórter do “Fantástico”, da Globo, na manhã de sexta-feira (15).
Quem empunhava o microfone era o jornalista Chico Regueira. Ele fez a mesma pergunta, com algumas variações ao prefeito Dr. Julinho. Como nas reportagens do “CQC”, feitas por Monica Iozzi e Danilo Gentili, entre outros, Regueira fez caras e bocas para encenar surpresa com as respostas técnicas do gestor.
Para quem gostava do “CQC” foi a oportunidade para matar as saudades. Mais do que um circo armado, a matéria que está sendo feita pela revista eletrônica é uma verdadeira comédia.