Os acontecimentos do evento “Vai Safadão – O Bloco”, no último sábado (04/02), que ganharam destaque nacional, não foram os primeiros, tampouco exclusivos dos shows promovidos no estacionamento de um shopping de São Luís.
Espetáculos do tipo têm se transformado, recorrentemente, em um “circo de horrores”, assustando aqueles que tão somente querem frequentar eventos culturais do tipo.
Na maioria dos shows que acontecem na capital, a superlotação dos setores mais caros – construídos em tamanho diminuto, esperando por uma baixa demanda – se tornou praxe.
Clientes que buscam maior conforto, exclusividade e, principalmente, segurança, desembolsam valores superiores aos dos setores mais acessíveis e não encontram o retorno esperado.
Além de se espremerem em espaços confinados, os pagantes ainda precisam contar com a sorte de escapar de furtos de aparelhos celulares – tipo de delito mais recorrente em eventos desta natureza.
A própria estrutura provisória pensada para esta finalidade precisa ser revista, vide o episódio do último sábado.
Outro ponto que precisa ser questionado é a cobrança abusiva pela cessão de itens como mesas bistrô e baldes plásticos.
Além de, obrigatoriamente, consumir bebidas e alimentos vendidos no local, o consumidor precisa estar preparado para desembolsar valores incestuosos para ter onde armazenar os produtos adequadamente e para não ter que deixar os produtos no chão.
Alguns eventos passaram a cobrar pelo gelo para conservação da temperatura das bebidas – ou paga, ou bebe cerveja quente.
A “inação dos órgãos fiscalizadores”, como pontuou um deputado estadual, poderia ter causado tragédia ainda maior no último sábado, o que faz urgir a necessidade de um “pente fino” nos eventos promovidos na capital maranhense.