Uma publicação da jornalista Roseann Kennedy, na Coluna do Estadão desta terça-feira (16), estampa a troca de farpas entre os senadores Eliziane Gama (PSD) e Weverton Rocha (PDT). Os dois deram declarações à colunista sobre os cenários vislumbrados para as eleições estaduais de 2026, na qual ambos pretendem renovar os atuais mandatos.
Eliziane se adiantou na escolha de seu par: o governador Carlos Brandão (PSB), que tende a repetir os passos de Flávio Dino e renunciar a alguns meses de governo para disputar um lugar na Câmara Alta.
A senadora aposta, ainda, na manutenção da influência de Dino no debate político, embora, com a entrada no STF, o futuro ministro da Suprema Corte brasileira não possa manifestar posicionamentos político-partidários.
Por fim, veio a cutucada no pedetista:
“Flávio Dino sai da política, mas é uma pessoa com muita influência no Estado, com proeminência. A saída para o Judiciário o coloca em outro Poder, mas ele continua, no meu entendimento, tendo influência. Não vai reunir, sentar, participar da política, mas sempre será proeminente. O governador Carlos Brandão, juntamente conosco, passa a liderar com mais protagonismo. Weverton rompeu com nosso grupo político, na última eleição ele teve vice do PL, mas ficou distante. Ele saiu muito enfraquecido da eleição”, disse Eliziane.
Por outro lado, Weverton prevê dificuldades para a reeleição da colega de Senado, por conta da ausência de Flávio Dino da vida pública e dos atritos de Eliziane com o segmento evangélico, dada sua atuação na CPMI de 8/1 e seu posicionamento a favor do presidente Lula.
“Tenho dito que não podemos falar em espólio de alguém que está vivo e, ainda mais, que não pode falar politicamente. Dino ficou neutralizado politicamente pelo cargo, o que é natural, e não credenciou ninguém para falar por ele. Caberá às lideranças políticas do Estado preencherem essas lacunas. Claro que quem tem sintonia com as pautas terá mais naturalidade nesse processo”, declarou Weverton.
Vice-líder do Governo Lula no Senado Federal, Weverton espera contar com a chancela do petista e o apoio de simpatizantes de Flávio Dino refratários a Brandão, a exemplo do deputado estadual Othelino Neto e do deputado federal Márcio Jerry, ambos do PCdoB.