A tão aguardada manifestação da ministra Cármem Lúcia na Adin movida por Othelino Neto (Solidariedade) caiu como um banho de água fria nas expectativas do parlamentar e seu derredor.
Na ação em que questiona a eleição da Assembleia Legislativa, Othelino viu seu pedido para ser nomeado presidente-biônico ser solenemente ignorado pela ministra, que optou por uma postura mais cautelosa.
Antes de qualquer decisão, Cármem Lúcia faz questão de ouvir a Assembleia, a Advocacia-Geral da União e a Procuradoia-Geral da República, deixando claro que precipitações não têm espaço em sua mesa. Assim, a taça de champanhe, cuidadosamente preparada por Othelino para a comemoração, segue vazia – e cada vez mais esquecida.
Os discursos de glória para as redes sociais já estavam no rascunho, mas a festa foi cancelada antes mesmo de começar. Apesar da insistência dos aliados mais efusivos em dividir os cargos no parlamento estadual e planejar voos mais altos, o palco, por ora, foi desmontado. As previsões, mais otimistas do que realistas, têm transformado o que se sonhara um retorno triunfal em um espetáculo tragicômico.
Do outro lado, Iracema Vale (PSB) observa tudo com a serenidade de quem está em posição confortável, sem se abalar com o alvoroço. Othelino, que já se imaginava protagonizando uma vitória retumbante, agora se vê em um cenário digno de tragédia grega.
Resta saber por quanto tempo mais a taça de champanhe seguirá vazia, aguardando um brinde que talvez nunca aconteça.