Recordar é viver: Márcio Jerry já fez defesa de Bolsonaro a mando de Flávio Dino

Algumas falas não resistem a uma olhada no retrovisor. Que o diga o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB). Ele, que é uma das vozes mais estridentes nos ataques direcionados ao Governo Federal e à figura do presidente Jair Bolsonaro, já usou de sua palavra para – pasmem – defender interesses do chefe do executivo nacional, que tanto critica.

Na votação pela aprovação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), em 2019, o parlamentar fez declarações representando o partido, que fechou questão em defesa da medida.

“Voto favorável à aprovação por se tratar de medida indispensável ao nosso país para utilização comercial do Centro de Lançamento de Alcântara, em nosso Maranhão”, afirmou Jerry, elencado como porta-voz da sigla. “O AST não trata de soberania nacional, nem pra feri-la nem pra protegê-la. É acordo comercial que pode impulsionar o programa aeroespacial brasileiro”, garantiu o parlamentar.

Firmado entre os Governos do Brasil e dos Estados Unidos, o pacto prevê a utilização de tecnologia norte-americana no Centro de Lançamentos de Alcântara (MA) em troca da proteção das informações utilizadas em solo brasileiro.

O projeto foi duramente atacado, à época, por parlamentares do PT e do PSOL, que apontaram riscos como a perda de soberania e o remanejamento de quilombolas. Márcio Jerry, no entanto, garantiu que estes são riscos estavam afastados.

“Esta não é uma questão de soberania, é uma questão de proteção de tecnologia. Temos o compromisso com a soberania nacional inquestionável. Pode haver algum partido, algum ator político que defenda a soberania tanto quanto nós, mas não há quem defenda a soberania mais do que nós. Quem resguarda a soberania é o Governo Federal e o Congresso Nacional. Manteremos a defesa que sempre fizemos das comunidades quilombolas”, assegurou.

Se o ex-secretário das Cidades e Desenvolvimento Urbano não fosse reconhecidamente “comuna”, dava para confundi-lo com um ferrenho “bolsominion” – como sua turma gosta de chamar aqueles que manifestam simpatia pelo atual Presidente da República.

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Em tempo: a votação foi aprovada com 329 votos a favor e 86 contrários.

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