O empresário Antonio Tito Salem Soares é apontado por investigações da Polícia Federal como ‘laranja’ do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, em uma empresa que possui vantajosos contratos com a Prefeitura Municipal de Vitorino Freire, administrada desde 2016 pela irmã do deputado federal licenciado, Luanna Rezende.
Entre 2017 e 2022, a Arco Construções e Incorporações firmou nove contratos com o município, entre construção de praças e escolas à locação de caminhões e recuperação de estradas.
Interpelado pelo Estadão, ele negou as acusações: “As alegações que fazem é de que sou um laranja de uma pessoa que só conheço socialmente, mas nunca tive nenhum acordo, nenhuma negociata. Sou dono da minha própria empresa, que foi aberta desde antes de conhecê-lo, inclusive”, afirmou Antonio Tito. A Arco Construções foi aberta em setembro de 2015, assim que Juscelino assumiu seu primeiro mandato como deputado federal pelo Maranhão.
Antonio Tito foi um dos alvos da terceira fase da Operação Benesse, realizada na última sexta-feira (1), que também atuou contra a irmã de Juscelino.
Segundo a Polícia Federal, a Arco Construções pertence “faticamente” a Juscelino Filho e teria sido usada para receber propina do empresário Eduardo José Costa Barros, também conhecido como Eduardo Imperador ou Eduardo DP.
Antonio Tito diz conhecer “socialmente” o dono da Construservice, mas negou as acusações da Polícia Federal.
O irmão de Antonio, Diogo Tito, também é dono de uma companhia beneficiada pela Prefeitura de Vitorino Freire. Ele é sócio oculto da Mubarak Construções e Empreendimentos, que ganhou R$ 2,9 milhões para obras de estradas vicinais no município. Ao todo, a firma acumulou R$ 4,8 milhões em contratos.
Ele foi recebido no gabinete ministerial de Juscelino, na segunda semana de trabalhos da pasta, sem que a visita constasse na agenda oficial do ministro. A foto que ilustra a matéria foi publicada por Diogo Tito em seu perfil no Instagram, à época.