Em meio a cerco e cancelamentos, fala de PGJ é digna de se questionar

“Eu sigo os passos dos prefeitos”. A frase, encadeada em trecho de entrevista do procurador-geral de Justiça, Eduardo Nicolau, a um podcast produzido pelo Ministério Público do Maranhão, deixou muita gente intrigada – inclusive este que vos escreve.

Se não, vejamos:

Durante o último mês de junho e nos primeiros meses de julho, marcado pela volta das celebrações de São João após dois anos de pandemia da COVID-19, se viu um festival de pedidos de cancelamento dos festejos juninos em dezenas de municípios maranhenses. Em comum a todos eles, estava a oposição, por parte dos gestores municipais, ao projeto de poder palaciano – comandado por Flávio Dino (PSB) e Carlos Brandão (PSB). 

A este último, o PGJ com ares de PGE não esconde sua admiração. Como já mostramos aqui.

No município de Coelho Neto, comandado por Bruno Silva (PP) – aliado ao Governo – um grande festejo religioso, com atrações renomadas, está em vias de acontecer. Começa nesta terça-feira (19) e vai até a próxima segunda-feira (25). Com patrocínio único da prefeitura municipal e sem o menor sinal de que sofrerá interrupções por parte do MP.

Voltando algumas semanas no tempo, podemos citar o caso lamentável de invasão de propriedade sofrido por Assis Ramos (União Brasil), prefeito de Imperatriz. 

Em entrevista concedida pelo gestor a uma emissora de televisão, o próprio, que também é delegado de polícia, conseguiu obter informações sobre os três indivíduos que invadiram a chácara familiar e descobriu, através da documentação que apresentaram, que eles pertenciam aos quadros da Polícia Militar, e que estariam lotados no… Ministério Público.

Com tudo isso ainda recente no noticiário e nas rodas de conversa, é de se estranhar investida tão dura por parte do chefe do MP, mesmo que revestida pela aura da amenidade que a figura simpática de Nicolau pretenda passar.

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